Marcos Gomes
O engenheiro é aquele profissional que transforma recursos naturais em bens e serviços por meio das ciências exatas, como matemática, física e química. Segundo o Dicionário Aurélio, “engenharia é a arte de aplicar conhecimentos científicos e empíricos e certas habilidades especificas à criação de estruturas, dispositivos e processos que se utilizam para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas”. Existem mais de vinte áreas especificas de atuação oficialmente reconhecidas para o engenheiro. Cada unidade de ensino costuma subdividir a profissão em grandes áreas e não existe uma universidade que cubra todas elas. O professor Jose Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), explica que a Poli oferece quatro grandes áreas: civil, elétrica, química e mecânica, mas o estudante só escolhe uma delas depois de cursar o primeiro ano básico. Essas grandes áreas, por sua vez, subdividem-se em outras dezessete na Poli. Em outras universidades, como o Mackenzie, por exemplo, o estudante já escolhe a grande área que irá seguir na hora da inscrição: engenharias civil, mecânica, elétrica ou de materiais.
Fonte:Mundo das Tribos |
Grandes áreas
O engenheiro civil trata de construções, sejam elas casas, edifícios de apartamentos, pontes, estradas, túneis, ferrovias, portos e aeroportos. Ele se encarrega de toda a obra, do planejamento até o acabamento. Elabora também as redes hidráulicas, elétrica e de saneamento (esgoto). Para isso, precisa estudar sobre o solo e o subsolo do local, dirigir o assentamento dos alicerces, calcular os efeitos dos desníveis do terreno, a pressão dos ventos e até os efeitos das mudanças de temperatura sobre a resistência das obras.
A engenharia elétrica, por sua vez, especializa-se em engenharia eletrônica, eletrotécnica (estudo de potência e energia, básico para implantação de instalações industriais), de telecomunicações e engenharia da computação. O setor foi muito valorizado pelo desenvolvimento da informática, e atualmente existem muitas empresas que trabalham com engenheiros que desenvolvem programas de computador, por exemplo. O engenheiro elétrico supervisiona, coordena e orienta projetos. Dentre seus produtos estão computadores, telefones celulares, rádio, televisão, iluminação pública, estabilizadores de voo e máquinas automatizadas. Ele ainda desenvolve projetos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em usinas e indústrias.
A engenharia química divide-se em metalúrgicas, de minas e de materiais. O engenheiro químico trabalha com reações, purificações e processos químicos de laboratórios industriais. O engenheiro de materiais orienta a compra de materiais das construtoras, por exemplo.
Já a engenharia mecânica divide-se em mecânica pura, mecatrônica (que funde engenharia mecânica com engenharia eletrônica e é responsável pelo aperfeiçoamento dos automóveis, por exemplo), construção naval e de produção. Visando racionalizar custos, muitas empresas contratam engenheiros de produção para o cargo de administrador. Ficam a seu encargo desde a compra de matérias-primas até a definição do preço final da mercadoria. Com isso, o engenheiro de produção se torna uma ponte entre os diversos setores da empresa e às vezes se encarrega até de administrar seus recursos humanos. Engenheiros de produção são atualmente contratados por redes de comercio, empresas de consultoria, entretenimento, transporte e por hospitais.
Outros ramos da engenharia
Outros tipos de engenheiro são formados por diferentes escolas espalhadas pelo país, como o agrícola, o aeronáutico, o de alimentos e o florestal.
A engenharia agrícola costuma fazer parte do currículo de unidades de ensino rurais. Cabe aos engenheiros agrícolas elaborar estratégias para aumentar a produtividade no campo, preservando o meio ambiente. Eles elaboram projetos de irrigação, drenagem, mecanização da agricultura, construção de maquinas e instalações agrícolas, eletrificação rural, planejamento agropecuário e outros.
Fonte: UNIVAP |
O engenheiro de alimentos, por sua vez, incumbe-se da pesquisa, preservação, armazenamento e transporte dos produtos alimentícios industrializados. Seu trabalho vai desde a elaboração do projeto industrial (automação de processos) e da seleção de matérias-primas (carne, leite, cereais, legumes, verduras, frutas etc.) até sua transformação industrial e seu manuseio. É ele que padroniza os produtos, avalia seu teor nutritivo e estabelece quais os melhores corantes e conservantes.
O engenheiro de alimentos é também o responsável pelos sistemas de informação sobre o produto, fornecendo os dados técnicos que são impressos nas embalagens. A criação de novos produtos e o aperfeiçoamento dos já existentes também ficam a cargo desse engenheiro, que muitas vezes atuas na área de vendas.
O engenheiro florestal dedica-se a explorar os recursos como madeira, preocupando-se com a sustentabilidade dos projetos e a preservação do meio ambiente. Para isso estuda os ambientes das florestas e a melhor maneira de explorar seus recursos protegendo as plantas, os animais e os mananciais. Elabora projetos de reflorestamento (em indústrias de papel, por exemplo), pesquisa melhoramentos genéticos das espécies e define a vegetação que deve ser plantada na área reflorestada. Além disso, desenvolve novas técnicas de produção e controle de qualidade nas indústrias madeireira, moveleira, de papel e celulose e de resinas e óleos essenciais, tendo em vista reduzir o consumo de matéria-prima.
Bons salários
O professor Cardoso explica que o vestibular para engenharia é muito concorrido (20 candidatos por vaga, em certas áreas), mas a profissão compensa. “Depois de formados, os bons alunos podem escolher o emprego”. Os salários, segundo Cardoso, também são compensadores: “Um recém-formado ganha em torno de R$ 4.500,00”. Para o profissional com experiência, os salários passam de R$ 8.000,00, e o s que ocupam cargos de direção-geral podem receber acima de R$ 50.000,00. “Há engenheiros ganhando até R$ 80.000,00 nos cargos de alta direção.” É um salário muito mais alto do que o presidente da República, por exemplo, mas reflete o lucro que o profissional de engenharia proporciona à empresa.
Desde o inicio da carreira, o bom engenheiro encontra facilidades e estágios bem remunerados, assim como bolsas de estudo e outros incentivos vindos de grandes empresas interessadas em aumentar o quadro de profissionais de alta competência.
Para quem quer seguir a carreira, entretanto, é fundamental gostar das ciências exatas, pois o engenheiro lida com números e conceitos abstratos que envolvem cálculos, avisa o professor Cardoso. “Ter facilidade para cálculos e um bom raciocínio abstrato é fundamental para quem quer abraçar a carreira.” Os cursos duram em média cinco anos e costumam ser muito exigentes. “Quando a gente vê o supervisor de uma obra usando capacete branco, que identifica o engenheiro podemos ter certeza de que ele batalhou muito para chegar lá.”
Outro aspecto interessante da engenharia é que ela deixou de ser uma profissão exclusivamente masculina, como acontecia décadas atrás. “A proporção há vinte anos era de uma mulher para dez homens”, lembra Cardoso. “Atualmente, os números se equivalem.” Ainda hoje, entretanto, existem muito mais homens nos canteiros de obras, supervisionando os processos de execução de projetos. As mulheres costumam se dedicar a outras etapas dos projetos, como os cálculos.
OS NOMES DAS CARREIRAS Até 2009, as nomenclaturas dos cursos de graduação em engenharia no Brasil passavam de 250, com vários nomes definindo um mesmo curso. O Ministério da Educação resolveu então organizar essas nomenclaturas, que foram reduzidas aos vinte e dois cursos listados a seguir, os quais devem ser pouco a pouco encampados pelas faculdades. 1. Engenharia Aeronáutica 2. Engenharia Agrícola 3. Engenharia de Agrimensura 4. Engenharia de Alimentos 5. Engenharia Ambiental 6. Engenharia Civil 7. Engenharia de Computação 8. Engenharia de Controle e Automação 9. Engenharia Elétrica 10. Engenharia Eletrônica 11. Engenharia Florestal 12. Engenharia de Fortificação e Construção 13. Engenharia Mecânica 14. Engenharia Mecânica e de Armamento 15. Engenharia de Materiais 16. Engenharia de Minas 17. Engenharia Metalúrgica 18. Engenharia Naval 19. Engenharia de Pesca 20. Engenharia de Produção 21. Engenharia Química 22. Engenharia de Telecomunicações |
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