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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Construtoras e a mão de obra qualificada




Por Maria Clara de Almeida Maciel






 
À medida que o setor da construção civil cresce, aumentam os problemas com a contratação de profissionais no País. Segundo sondagem especial realizada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), 89% das empresas da construção civil sofrem com a falta de mão de obra qualificada. A escassez não se limita aos profissionais mais especializados. Entre os empresários que enfrentam dificuldades com as contratações, 94% não encontram trabalhadores de nível básico, como pedreiros e serventes. 


Segundo os entrevistados, as categorias profissionais em que a falta de qualificação traz maiores prejuízos ao funcionamento das empresas são aquelas vinculadas diretamente à execução da obra. Há falta de funcionários de nível básico, como pedreiros e serventes; de nível técnico, como encarregados e mestres de obra; de funcionários especializados, como engenheiros e arquitetos; e de profissionais da área gerencial. 


Para algumas construtoras, contratar mão-de-obra própria pode ser a solução, mas, vale a pena? Há muito tempo a maioria dos construtores responde, sem hesitar, que não compensa assumir os ônus da contratação direta dos executores dos serviços prediais. Mas essa certeza vem sendo posta em xeque por algumas empresas. O bom momento por que passa a construção estimulou a demanda por materiais e mão-de-obra, pressionando a inflação no setor. Alguns construtores, principalmente os que atuam no segmento de baixa renda, identificaram um aumento sensível no valor dos serviços cobrados pelas empreiteiras e já se preparam para contratar diretamente os operários que trabalharão em seus canteiros. 


Pesam contra a decisão os custos decorrentes da gestão de recursos humanos, do pagamento de salários, gratificações, férias, 13º salário, horas extras, vale-transporte, treinamento e capacitação. Desde a década de 1970, quando o processo de terceirização começou no Brasil, as construtoras têm preferido repassar essas responsabilidades às fornecedoras de mão-de-obra especializada. Com a proliferação das empreiteiras, cresceu a competição no mercado e o custo caiu. "Foi quando essas empresas começaram a ser apertadas. Elas precisavam concorrer com preços competitivos e ser, portanto, mais eficientes", explica o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza. O problema é que muitas não conseguiram atingir níveis de produtividade satisfatórios que viabilizassem o preço apresentado e decretaram falência. Por isso, é preciso estar atento às empresas que apresentam valores muito abaixo da média praticada pelo mercado. 


A inexistência de intervalos longos entre as obras favorece a contratação de mão-de-obra própria, pois elimina períodos de ociosidade das equipes de produção. "O planejamento de nossos empreendimentos leva em consideração a realocação de nossas equipes de produção para evitar que fiquem paradas" explica Marcelo Souza, diretor de operações da Fit Residencial (empresa do grupo Gafisa que desenvolve produtos imobiliários para o segmento popular). 


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